Situação atual das emissões globais de carbono: reduzir as emissões de carbono é urgente

2025-07-09

De acordo com a Global Energy Review 2025 da Agência Internacional de Energia (AIE), as emissões de CO₂ relacionadas com a energia atingiram 37,8 Gt em 2024, um recorde, com um crescimento anual de 0,8%. Ao mesmo tempo, a concentração de CO₂ na atmosfera global atingiu cerca de 422,5 ppm em 2024, um aumento de 3 ppm em relação a 2023 e 50% maior do que antes da industrialização

Espera-se que as emissões globais totais de CO₂, incluindo o uso do solo, atinjam 41,6 Gt em 2024, também as mais altas da história.

Esta tendência ascendente contínua está a empurrar as temperaturas globais para perto da linha vermelha de 1,5°C estabelecida pelo Acordo de Paris. Os cientistas climáticos alertam que se não forem tomadas medidas rápidas de redução das emissões, poderá desencadear-se um “ponto crítico” e causar consequências catastróficas.


Caminho de redução de emissões: por onde começar?

1. Descarbonização do sistema energético

A AIE destacou que, embora o setor energético global ainda esteja aumentando as emissões, as energias renováveis ​​(solar e eólica) contribuíram com cerca de 2,6 GtCO₂ de potencial de redução de emissões

Na Europa, os veículos eléctricos (BEV) têm emissões de gases com efeito de estufa durante o seu ciclo de vida 73% inferiores aos dos veículos a gasolina, promovendo transportes ecológicos.

2. Captura de carbono (CCS) em indústrias fortemente restringidas

A produção de cimento é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO₂. A fábrica de cimento da Heidelberg Materials em Berivik, Noruega, utiliza tecnologia CCS para capturar e armazenar 400.000 toneladas de CO₂ por ano

3. Instrumentos políticos: imposto sobre carbono e comércio de emissões

Estudos demonstraram que um aumento de 10 dólares por tonelada de CO₂ no imposto sobre o carbono pode reduzir as emissões per capita em 1,3% a curto prazo e 4,6% a longo prazo.

4. Soluções naturais e mecanismos justos

O estado brasileiro do Piauí planeja gerar 20 milhões de toneladas de créditos de carbono a cada ano, reduzindo o desmatamento e implementando-o por meio de parcerias público-privadas.

O PNUA destacou que, até 2030, cerca de 31 Gt CO₂e podem ser reduzidos através de meios naturais, como as florestas, o que representa 52% do potencial global de redução de emissões em 2023.


Enfrentando desafios, a direção é clara

Embora as emissões totais globais tenham atingido um novo máximo, a AIE salientou que as emissões nos países desenvolvidos diminuíram (a Europa caiu 2,2%, os Estados Unidos caíram 0,5%) e surgiu uma tendência de dissociação. Contudo, as emissões nos países em desenvolvimento (especialmente na Índia e no Sudeste Asiático) continuam a aumentar.

A Reuters citou cientistas do clima alertando que o mundo só pode esperar controlar o aumento da temperatura de 1,5°C se as emissões forem reduzidas para metade a cada cinco anos a partir de 2025. Isto significa que as emissões precisam de ser reduzidas em média 12% por ano.

O "Relatório sobre a lacuna de emissões" do PNUMA também apontou que, para atingir a meta, a economia global precisa de investimentos em grande escala, a energia hidrelétrica, a eficiência e a proteção do sistema natural devem ser iniciadas imediatamente.


Como implementá-lo? Cinco estratégias principais

1. Estabelecer metas quantitativas de emissões e caminhos de redução faseada das emissões

Use o modelo de “Custo Mínimo” ou “Partilha Justa” para construir metas para 2030, 2035 e 2050 para indústrias/países.

2. Acelerar a expansão das energias renováveis ​​e da mobilidade elétrica

Priorizar claramente a descarbonização energética e eletrificar o sistema de transporte. Os veículos eléctricos da UE alcançaram resultados significativos de redução de emissões.

3. Combinar a precificação do carbono com mecanismos de mercado

Introduzir impostos sobre carbono e ETS no mainstream. A fixação de preços deverá proporcionar incentivos a longo prazo e evitar impactos a curto prazo na concorrência global.

4. Promover tecnologias como CCS e BECCS

Nas indústrias que são difíceis de descarbonizar, como a do cimento e do aço, promover tecnologias de captura maduras e construir sistemas transnacionais de armazenamento e operação.

5. Fortalecer o capital natural: florestas, agricultura, etc.

Apoiar projetos de crédito de carbono para proteção florestal com direitos e responsabilidades claros, como o projeto do Piauí. Ao mesmo tempo, promover a transformação da agricultura com baixas emissões de carbono e a restauração ecológica natural.


A ação é urgente

As emissões de carbono continuam a estabelecer novos recordes, mas as tecnologias e ferramentas políticas existentes não estão ausentes. A chave é:

Definir metas claras e quantificáveis ​​(5 anos, 10 anos, 30 anos);


Uso combinado de eletrificação, precificação de carbono, CCS e conservação da natureza;


Fortalecer a cooperação nacional e regional para formar um mecanismo de partilha justa.

Como enfatizou a Reuters: “O mundo só pode vencer esta corrida climática se ela for reduzida para metade a cada cinco anos”. Este é o desafio que enfrentamos agora e é também o único caminho viável. Deixemos que as políticas, as tecnologias e os mecanismos justos avancem em sinergia e construam em conjunto um caminho para o "net zero".

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